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12.Set - Bem-aventurados aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática!
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Bem-aventurados aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática!

 Neste mês de setembro, celebrando e meditando as sagradas escrituras, proponho fazer uma ligação do Ano Mariano com a Palavra de Deus. Nesta perspectiva, apresento um trecho bíblico retirado do Evangelho de São Lucas para iniciarmos nossa reflexão: Quando Jesus dizia estas coisas, uma mulher da multidão exclamou: “Feliz é a mulher que te deu à luz e te amamentou”. Ele respondeu: “Antes, felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e lhe obedecem”. (Lc 11,27-28).


Percebemos neste texto que a mulher que exclama roga a Maria o título de bem aventurada por ser a mãe, segunda a carne, de Jesus. O mesmo lhe dá uma surpreendente resposta: “Antes, felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e lhe obedecem”. Será que Jesus queria se distanciar de Maria, sua mãe? Será que o evangelista Lucas quer propor outra via, um caminho de conexão entre a Virgem Maria e a Palavra de Deus?


Maria é na verdade a primeira dentre “aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”. Dessa forma, Jesus, ao dar a resposta à mulher, quis desviar a atenção da maternidade de Maria entendida só como um vínculo de sangue, para apontar para o vínculo que se formam entre Ele e aqueles que são atentos à Palavra de Deus e a põem em prática. Sabemos que Maria guardava a Palavra, meditava-a no seu coração, e cumpria-a com toda a sua vida como nos recorda outros trechos da Sagrada Escritura, (cf. Lc 1, 38-45; 2, 19. 51). Assim, Maria tornou-se não somente a Mãe de Jesus, mas também a sua primeira discípula, sendo este o motivo para honrá-la, pois como diz Santo Agostinho: “Para Maria foi mais importante ter sido discípula de Cristo do que ter sido a Mãe de Cristo!” 


Nós não podemos imitar Maria na sua maternidade Divina, pois só Ela é a Mãe de Jesus segundo a carne, mas podemos imitá-la como discípula do Senhor que acolheu e viveu a Palavra de Deus. A primeira e maior bem-aventurança de Maria é de ter acolhido a Palavra e a posto em prática, sendo considerada, portanto, o nosso modelo de acolhida e de vivência da Palavra de Deus.


Quanto à Maria, pode-se ainda se questionar: quando foi que ela acolheu a Palavra de Deus na sua vida? Ou ainda, qual foi o momento decisivo na vida de Maria no seu encontro com a Palavra de Deus?


O magistério nos dá algumas direções: “No caminho de penetração do mistério da Palavra de Deus, Maria de Nazaré, a partir do acontecimento da Anunciação, torna-se mestra e mãe da Igreja e modelo vivo de todo o encontro pessoal e comunitário com a Palavra, que ela acolhe na fé, medita, interioriza e vive.” (cf. Lc 1, 38; 2, 19.51; At 17, 11).


Se desejarmos ter a mesma disposição interior de Maria, para acolher a Palavra, precisamos contemplar seu exemplo no momento da Anunciação, isto é, quando ela é interpelada pela Palavra de Deus. Que possamos ter o coração, assim como o de Maria, completamente disposto em fazer a vontade de Deus, que possamos repetir “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38), para enfim Jesus se fazer presente no meio de nós, a partir da nossa vida, “e o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14).

Fr. Fábio Pereira, scj



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