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No Hospital do Papa, separam gêmeas siamesas unidas pela cabeça
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No Hospital do Papa, separam gêmeas siamesas unidas pela cabeça

Ervina e Prefina nasceram na aldeia de Mbaiki, a cerca de cem quilômetros de Bangui, na República Centro-Africana, há pouco mais de dois anos. Mariella Enoc, presidente do Hospital Bambino Gesù, as conheceu em julho do ano passado, enquanto visitava o país africano, seguindo o desejo do Papa Francisco de ajudar a região.




As meninas tinham apenas algumas semanas e Enoc decidiu ajudá-las a ir a Roma para serem cuidadas no Hospital do Papa.


 


“Quando conhecemos vidas que podem ser salvas, temos que fazê-lo. Não podemos nem devemos olhar para outro lado”, assegurou em uma coletiva de imprensa.


 


As meninas chegaram a Roma junto com a mãe em setembro de 2018, e começaram o caminho que terminou em três cirurgias extremamente delicadas para conseguir a separação final.   


 


O centro médico explicou em um comunicado enviado à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que a cirurgia final foi realizada em 5 de junho deste ano em um caso de "craniópagos totais posteriores", que é "uma das formas mais raras e complexas de fusão em nível do crânio e cérebro".


 


A operação durou 18 horas e exigiu o trabalho conjunto de 30 pessoas, incluindo médicos e enfermeiros.


 


A mãe, Ervina, disse entusiasmada que as filhas “nasceram duas vezes. Se tivéssemos ficado na África, não sei que destino teriam”.


 


"Agora que elas estão separadas e bem, eu gostaria que fossem batizadas pelo Papa Francisco, que sempre cuidou das crianças de Bangui", acrescentou.


 


"Minhas filhas agora podem crescer, estudar e se tornar médicas para salvar outras crianças", disse.


 


Casos como o das gêmeas da República Centro-Africana são muito estranhos. Segundo o Hospital Bambino Gesù, estima-se que ocorra em um em cada 2,5 milhões de nascidos vivos, cinco em cada 100 mil gêmeos. Também ocorre principalmente em meninas.


 


O Dr. Carlo Efisio Marras, chefe do departamento de neurocirurgia do Hospital Bambino Gesù, explicou à ACI Prensa que “conseguimos obter um resultado extraordinário, apesar da malformação tão complexa que não nos impediu de separar as meninas com ótimos resultados clínicos. As meninas do ponto de vista neurológico estão indo muito bem e têm boas perspectivas para uma vida futura normal”.


 


"Este resultado é o fruto de um estudo e de preparação que durou mais de um ano e envolveu muitos especialistas e profissionais dentro do hospital", afirmou o médico.


 


O especialista também disse à ACI Prensa que todo o procedimento incluía “muitas fases difíceis, porque o procedimento foi longo e exigiu mais intervenções cirúrgicas, cada uma com dificuldades específicas. Certamente, a parte mais complexa tinha a ver com o sistema venoso, ou seja, a rede de vasos dedicados ao transporte do sangue usado pelo cérebro para o coração para a sua reoxigenação”.


 


"Se não conseguíssemos separar adequadamente esse componente, que as meninas tinham em comum, o resultado teria sido catastrófico. As duas irmãs estão bem: estamos otimistas de que poderão receber alta nos próximos meses”, assegurou.


 


O médico também disse à ACI Prensa que as irmãs “primeiro terão que passar pela fase de reabilitação para aprender novos movimentos que não podiam realizar antes. Espero que essas meninas tenham um futuro feliz. Agora estão em condições de voltar a uma vida normal”.


 


"Devo agradecer ao meu hospital por essa experiência extraordinária, que tem como característica unir pesquisa, desenvolvimento e solidariedade", concluiu o especialista.


 


Fonte: ACI Digital


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