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25.Abr - MAS UM SAMARITANO CHEGOU PERTO DELE
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MAS UM SAMARITANO CHEGOU PERTO DELE

 


Algumas traduções dizem: “passou ao seu lado”. Chegar perto, passar ao seu lado é a segunda expressão que Lucas usa para falar-nos da atitude do Bom Samaritano. Não diz que passou do outro lado, nem que passou ‘por cima dele’ com seus julgamentos, críticas, condenações (deve ser algum ladrão a quem deram a lição que merecia; aqui aconteceu um acerto de contas entre grupos rivais, de controle da droga...).


Era um samaritano. Suas leis não tornavam impuro quem se aproximasse de algum doente ou ferido, para ajudá-lo. Não tinha nenhuma preocupação de permanecer puro e poder rezar como se deve, no templo de Jerusalém. Aliás, parece que ele vinha de Jerusalém e descia para Jericó. Provavelmente, já havia rezado e pedido perdão de seus pecados. O samaritano passou ao seu lado, chegou perto dele.


Mas, voltemos para a nossa paróquia. Nós podemos aprender mais algumas coisas com esse samaritano. A paróquia, a Igreja é chamada a chegar perto das pessoas, não passar pelo outro lado. Muito menos, ainda, deve passar por cima das pessoas e achatá-las com o rolo compressor. Somos convidados a ser respeitosos com as pessoas, todas iguais e todas diferentes. Pessoas não são números, nem siglas, nem códigos fiscais. É fácil regulamentar tudo e exigir que todos se comportem do mesmo modo. Mas, somos convidados a chegar perto, a estar ao lado, a caminhar juntos, sabendo respeitar os rostos iguais e diferentes de nossa comunidade.


O samaritano poderia ter simplesmente pensado: “Este é um judeu. É meu inimigo, não me aceita e ainda diz que eu não presto. Nem chega perto de mim para não se contaminar. Que passe por aqui algum judeu, santo como ele, para ajudar seu irmão!”.


Lucas nos diz que o samaritano chegou perto dele. Não viu um inimigo. Era um irmão diferente que precisava de ajuda.


Se a nossa paróquia deve ser imagem, ícone da Santíssima Trindade, então deve ser um ponto de venda desta grande empresa da santíssima Trindade; se a paróquia é agência periférica da Trindade, se é realmente Igreja, isto é, comunhão de muitas pessoas, iguais e distintas,  então nós precisamos respeitar a convivialidade das diferenças, ou melhor, devemos realizar a convivialidade das diferenças, porque nossa comunidade é feita de pessoas diferentes.


Um dos maiores problemas de nossas comunidades cristãs é a falta de respeito pelas diferenças dos irmãos. O outro não é aceito porque reza de modo diferente, pertence ao Apostolado da Oração, ao Movimento de Renovação no Espírito, ao grupo de jovens, à Pastoral Social (imagine, só pode ser subversivo)....


Por que, ainda hoje, muitos justos e santos não aprenderam a conviver com seus irmãos pecadores. Por que não conseguem passar perto deles ou mesmo chegar até eles para ajudar aqueles que caíram à beira do caminho?


 


Padre Francisco Sehnem, scj

Padre Francisco Sehnem, scj

É religioso presbítero da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus.
Ingressou na Congregação no ano de 1956 no Seminário São José, em Rio Negrinho (SC).
Professou os votos de castidade, pobreza e obediência no dia 02 de fevereiro de 1965.
Foi ordenado sacerdote no dia 06 de dezembro de 1970. Atuou como Mestre de Noviços.
Foi o primeiro Superior Regional no período de criação da nova Província Brasileira Meridional.
Atualmente é formador no Noviciado Nossa Senhora de Fátima, em Jaraguá do Sul.

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