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O Papa: não nos esqueçamos da tragédia na Síria e dos cristãos no Oriente Médio
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O Papa: não nos esqueçamos da tragédia na Síria e dos cristãos no Oriente Médio

Mariangela Jaguraba - Vatican News


O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (20/06), no Vaticano, os membros do Sínodo da Igreja greco-melquita. Os greco-melquitas são católicos de rito bizantino cuja presença é forte no Oriente Médio. São os antigos Patriarcados de Antioquia, Jerusalém e Alexandria.






Depois de agradecer o patriarca e "grande amigo", Sua Beatitude Youssef Absi por suas palavras, Francisco disse que a Igreja greco-melquita pediu para "celebrar sua convocação anual em Roma, nos túmulos dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, dos muitos mártires que deram suas vidas por fidelidade ao Senhor Jesus".


Não esquecer o que vem acontecendo na Síria há doze anos


Precisamos da intercessão deles, porque também em nosso tempo, em sociedades que algumas análises definem como "líquidas", com laços leves que multiplicam a solidão e o abandono dos mais frágeis, a comunidade cristã tenha a coragem de testemunhar o nome de Cristo, autor e aperfeiçoador de nossa fé. Dentre os sucessores de Pedro há também alguns nascidos na Síria, e isso nos faz sentir, por um lado, o respiro católico da Igreja de Roma, chamada a presidir na caridade e a ter a sollicitudo Ecclesiarum omnium, e por outro nos faz caminhar como peregrinos na terra onde alguns de vocês, começando pelo Patriarca Youssef, são bispos:  a amada e martirizada Síria.


A seguir, o Papa recordou que o conflito atual no Leste da Europa "não deve nos fazer esquecer o que vem acontecendo há doze anos" na Síria. Francisco lembrou que em seu primeiro ano de pontificado, quando estava sendo preparado um bombardeio na Síria, foi convocada uma noite de oração na Praça São Pedro que estava repleta de pessoas que rezavam. "Havia também muçulmanos, que tinham trazido seus tapetes e rezavam conosco", disse o Papa, acrescentando:





“E ali nasceu essa expressão: "Amada e martirizada Síria". Milhares de mortos e feridos, milhões de refugiados dentro do país e no exterior, a impossibilidade de iniciar a reconstrução necessária.”





Em mais de uma ocasião, encontrei e ouvi histórias de jovens sírios que vinham aqui, e fiquei impressionado com o drama que carregavam dentro de si, pelo que viveram e viram, mas também pelos seus olhares, quase sem esperança, incapazes de sonhar com um futuro para sua terra. Não podemos permitir que a última faísca de esperança seja tirada dos olhos e corações dos jovens e das famílias! Portanto, renovo meu apelo a todos aqueles que têm responsabilidade, dentro do país e da Comunidade internacional, para que seja alcançada uma solução equilibrada e justa para a tragédia na Síria.


Testemunho como Igreja


O Papa disse aos bispos da Igreja greco-melquita que eles "são chamados a se questionar de que maneira, como Igreja, estão dando testemunho: heroico sim, generoso, mas sempre precisando ser colocado à luz de Deus para que possa ser purificado e renovado. Ecclesia semper reformanda. Vocês são um Sínodo, pelas características que lhes foram reconhecidas como Igreja Patriarcal, e é necessário que se questionem sobre o estilo sinodal do seu ser e agir, de acordo com o que eu pedi a toda a Igreja: sua capacidade de viver a comunhão de oração e intenção entre vocês e com o Patriarca, entre bispos e presbíteros e diáconos, com os religiosos e religiosas, e com os fiéis leigos, todos juntos formando o Povo santo de Deus".


Preocupação com os cristãos no Oriente Médio


A seguir, o Papa falou sobre a preocupação dos bispos em relação à sobrevivência dos cristãos no Oriente Médio, que também é uma sua preocupação, ressaltando que o patriarca lhe pediu para ordenar bispos de muitos lugares. "Existem eparquias para a Austrália e Oceania, nos Estados Unidos e Canadá, na Venezuela e Argentina, só para citar algumas; e são muitos os fiéis também na Europa, embora ainda não tenham tido a possibilidade de se reunirem nas suas próprias circunscrições eclesiásticas. Este aspecto é, sem dúvida, um desafio, eclesial, mas também cultural e social, não sem dificuldades e obstáculos. Ao mesmo tempo, é também uma grande ocasião: manter-se arraigados nas próprias tradições e origens, abrindo-se à escuta dos tempos e lugares onde vocês estão espalhados, a fim de responder ao que o Senhor pede hoje à sua Igreja."


Se um tem algo a dizer ao outro, diga na cara, com caridade


O Pontífice os encorajou a "exercer suas competências com muita sabedoria", dizendo que "em algumas Igrejas orientais começaram as reflexões sobre o papel e a presença dos bispos eméritos, especialmente os que têm mais de oitenta anos, que em alguns Sínodos são um número consistente". Outro tema abordado pelo Papa foi o da "eleição dos Bispos", para a qual pediu para refletirem bem e pedirem ao Espírito Santo para iluminá-los, "preparando adequadamente e com antecedência o material e a informações sobre os diversos candidatos, superando toda lógica de partidarismo e equilíbrio entre Ordens Religiosas de proveniência. O Papa agradeceu aos membros do Sínodo da Igreja greco-melquita pelo compromisso que colocarão nisso a fim de fazer resplandecer o rosto da Igreja, que Cristo conquistou com o seu Sangue, afastando divisões e murmurações que não fazem nada a não ser escandalizar os pequenos e dispersar o rebanho a eles confiado.


Detenho-me nisso: tenham cuidado com a fofoca. Se um tem algo a dizer ao outro, diga na cara, com caridade, mas diga à pessoa. Como homens. Pode dizer a ele sozinho ou na frente dos outros: correção fraterna. Mas nunca falar mal do outro com um outro, isso não está certo. Este é um caruncho que destrói a Igreja. Sejamos corajosos. Vejam como Paulo disse muitas coisas a Tiago na cara. Também a Pedro. Depois, se faz a unidade, a verdadeira unidade, entre homens.


"Eliminem todo tipo de fofoca, por favor. O povo se escandaliza: olhe os padres, olhe os bispos, brigam entre eles! Eu recomendo: o que vocês têm a dizer, digam na cara, sempre", concluiu Francisco.



Fonte: Vatican News

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